domingo, 7 de janeiro de 2018

Líder de facção em Goiás é preso em apartamento de luxo no Rio


Stephan de Souza Vieira, conhecido como BH, foi localizado em Cabo Frio
O traficante Stephan de Souza Bieira, o BH, 34 anos, apontado como como chefe do Comando Vermelho em Goiás, foi preso na manhã deste domingo (7) em Cabo Frio, no Rio de Janeiro. Policiais da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod) fizeram a prisão, com apoio de agentes da polícia de Goiás.
BH fugiu em novembro do ano passado do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, onde estava preso desde 2014 por vários crimes. Ele é apontado como principal responsável pelas rebeliões que acontecem na unidade desde que ele escapou. Há uma investigação em curso para saber se houve facilitação em sua fuga naquela oportunidade.
Além disso, o traficante é investigado por dezenas de homicídios em Goiás, a maioria ligados à disputa entre facções criminosas. Ele cumpria no semiaberto pena de 26 anos.
BH foi achado em um apartamento de luxo no bairro Vila Nova. Com ele, foram apreendidos vários celulares, joias, dinheiro, cadernos com movimentação do tráfico, entre outros.
Rebelião e críticas
O secretário de Segurança Pública do Estado de Goiás, Ricardo Balestreri, disse na manhã desta sexta-feira, 5, que o governo federal nunca forneceu recursos suficientes para a segurança pública e para o sistema penitenciário. "Não é querer jogar o abacaxi nos outros. É colocar na mesa as responsabilidades", afirmou.
O discurso foi feito durante a apresentação da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária, cuja criação foi publicada em Diário Oficial do Estado nesta semana, após rebelião na Colônia Agroindustrial do Regime Semiaberto, no município de Aparecida de Goiânia. Na ocasião, nove detentos foram mortos e 14 ficaram feridos. 
Após o acontecimento, que teve grande repercussão, o governador Marconi Perillo (PSDB) criticou a participação do governo federal na Segurança Pública dos Estados. Durante apresentação, Balestreri voltou a frisar o discurso, dizendo que mesmo no período em que esteve à frente da Secretaria Nacional de Segurança Pública, os recursos fornecidos aos Estados para a área não eram suficientes. 
"Foi o período de maior ajuda, mas ainda assim insuficiente", disse. De acordo com o secretário, os presos envolvidos com o narcotráfico deveriam ser detentos da União. "Nós que arcamos com o ônus desses presos", disse.
Nesta semana, o Ministério da Justiça e Segurança Pública divulgou nota dizendo que Goiás recebeu R$ 32 milhões do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) para a área de administração penitenciária, e que o Estado só executou, até dezembro do ano passado, 18% do total repassado. 
Balestreri rebateu informação, dizendo que as obras com a verba foram iniciadas em julho e que estão mais adiantadas do que o dito pelo ministério, com 23% já executado. "Na nossa gestão nós não temos permitido a devolução de recurso. Mas R$ 32 milhões é insuficiente para resolver qualquer problema", disse. O secretário pontuou que não está "fugindo da raia", mas que é preciso analisar de forma profunda o que significa a crise penitenciária no Brasil.
Balestreri afirmou que as prisões são o "calcanhar de Aquiles" do Sistema de Segurança Pública do Brasil inteiro. De acordo com ele, Goiás é tido como importante para as atividades do crime organizado, pela sua posição geográfica que facilita a distribuição de drogas e armas, e pela proximidade com o Distrito Federal. 

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