quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Uma tarde-noite de cão


Uma tarde-noite de cão
Foto: Jonas Pereira/Agência Senado
A nota pública do presidente do PT, Rui Falcão, foi determinante para a entrega da cabeça do senador e líder do partido no Senado, Delcídio do Amaral. A decisão do plenário por 59 votos contra apenas 13, foi esmagadora para que o líder fosse mantido preso, conforme encaminhou à Casa o Supremo Tribunal Federal. A Segunda Turma do STF tinha decidido à unanimidade, por cinco votos a zero. O PT se desmoralizou de vez e deve ter aberto a grande janela para serem  apuradas as mazelas que recairão sobre os políticos, como já era de se esperar. Desmoralizou-se porque o partido dá toda proteção o seu ex-tesoureiro, João Vaccari Neto, e abandonou Delcídio a partir de uma nota falaciosa em que, na síntese, afirma que o PT nada tem a ver com a questão. O Senado da República, dito pelos seus senadores, experimentou um dia amargo. Pela primeira vez um senador no exercício do seu mandato foi trancafiado e por lá ficará por muito tempo por ter atingido o Supremo Tribunal Federal. Não somente ele, mas o controlador do BTG Pontual, André Esteves, o chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira e o advogado Edson Ribeiro, que teria já sido preso nos Estados Unidos. Foi um dia de cão acompanhado por boa parte dos brasileiros numa sessão do Senado que foi transmitida ao vivo. Complicou-se definitivamente a imagem dos políticos e lançou o PT num lamaçal, o que não era esperado. Foi uma sessão histórica como nunca houve. Espalhou-se rapidamente o vídeo gravado pelo filho de Nestor Cerveró, que deverá agora fazer uma delação premiada enquanto Delcídio foi acusado de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. O que Cerveró dirá na sua delação é uma incógnita, mas poderá atingir o Palácio do Planalto, basicamente a presidente Dilma Rousseff, supostamente também envolvida na compra da refinaria Pasadena.

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