Em agosto, ato em Salvador se mostrou contra impeachment de Dilma | Foto: BN
Movimentos sociais iniciaram nesta sexta-feira (2) uma série de
manifestações pelo país em defesa do governo Dilma Rousseff, da
Petrobras e contra o ajuste fiscal. Protestos no Rio de Janeiro, em
Vitória e em Cuiabá reuniram cerca de 600 pessoas, segundo os
organizadores. Neste sábado (3), estão programados atos em 27
cidades. Cerca de 150 pessoas participaram da manifestação, no centro do
Rio, no início da noite. O grupo se concentrou ao redor da igreja da
Candelária e seguiu em caminhada pela avenida Rio Branco e outras vias
até a frente da sede da Petrobras. Os protestos foram promovidos pela
Frente Brasil Popular, grupo que inclui entidades como a Central Única
dos Trabalhadores (CUT), os coletivos Fora do Eixo e Mídia Ninja, o
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a União Nacional
dos Estudantes (UNE), além do PT e do PCdoB. "Defendemos a manutenção do
mandato da presidente Dilma e somos contra qualquer tipo de golpe, mas
isso não significa adesão ao governo federal. Somos absolutamente
contrários à atual política econômica e queremos alertar a presidente de
que ela está perdendo o apoio da base social", afirmou Orlando Guilhon,
integrante do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, outra
entidade que integra a frente. Em Vitória, um grupo de aproximadamente
200 pessoas fez um ato em frente à sede da Petrobras. O movimento reuniu
estudantes, representantes de partidos de esquerda, integrantes da
União da Juventude Socialista e o Movimento dos Pequenos
Agricultores. Em Cuiabá, cerca de 250 pessoas participaram do lançamento
da Frente Brasil Popular e voltam a realizar, neste sábado, ato público
em uma praça central da cidade. "Defendemos a permanência do governo
que foi eleito pelo povo, mas somos contra a política Renan-Levy", disse
Robinson Ciréia, integrante da direção executiva da CUT, em uma
referência ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e ao
ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Estão programados atos em mais 27
cidades neste sábado. A data das manifestações foi escolhida para
ocorrer no dia em que a Petrobras completa 62 anos. O ato na capital
paulista começará às 14h na Avenida Paulista e deve terminar no fim da
tarde na Praça da Sé. São Paulo é o Estado com mais protestos marcados:
em sete cidades. A previsão é mobilizar militantes em 21 Estados e no
Distrito Federal. Em Brasília, os manifestantes passarão longe do
Congresso ou do Palácio do Planalto. O protesto será em Ceilândia,
cidade a 30 km da capital federal. Desta vez, o Movimento dos
Trabalhadores Sem-Teto (MTST) não participará dos protestos. Guilherme
Boulos, líder do grupo, afirma que o movimento estará ausente porque
pretende marcar "independência" em relação ao governo Dilma. "Uma das
diferenças (em relação a protesto anterior) é que agora não é possível,
não é papel dos movimentos sociais defenderem o governo", afirmou ao
Estado. Segundo ele, na próxima quinta-feira deverá ser lançada a Frente
Povo Sem Medo, que tem uma "demarcação mais clara" de independência ao
governo.
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