Documentos entregues à Polícia Federal levantaram a suspeita de
envolvimento de empresas fantasmas na compra do jato Cessna que caiu em
Santos e matou o candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, e
outras seis pessoas. Segundo o Jornal Nacional, a AF Empreendimentos e
Participações operava a aeronave tinha um extrato com uma lista de
companhias que fizeram depósitos para quitar as parcelas de contrato de
compra do avião, acordado com o empresário João Carlos Lyra Filho. Entre
as empresas – que pagaram, ao todo, R$ 1,7 milhão – está uma descrita
como Geovane Pescados, cujo endereço é de uma favela no Recife (PE) e
com a qual o morador, chamado Geovane, nega qualquer tipo de
envolvimento. “Acha que se eu tivesse uma empresa de pescado eu vivia
numa situação dessa?”, ironizou. Outra companhia citada é a RM
Construções, que contribuiu com R$ 290 mil. O endereço é de uma casa no
bairro de Imbiribeira, também na capital pernambucana, e o dono da RM
gargalhou ao ser questionado sobre o valor. Em nota à imprensa, a
assessoria de João Carlos Lyra Filho cita apenas repasses feitos por uma
empresa e um advogado: a Ele Leite Ltda, que pertence a Eduardo Freire
Bezerra Leite e que depositou R$ 727.797,03. Segundo relatos de
assessores, o empresário era muito amigo de Eduardo Campos e teria sido
procurado com a alegação de que precisavam “arrumar um avião para a
campanha”. Em nota, João Lyra disse ter feito vários empréstimos. Ontem,
pela primeira vez, o PSB se pronunciou oficialmente sobre a suspeita de
caixa dois, pelo fato de não ter declarado o uso da aeronave na
prestação de contas parcial ao TSE. Em nota, o partido afirma que os
empresários João Lyra e Apolo Santana Vieira autorizaram Campos a usar a
aeronave durante toda a campanha. Para o PSB, a declaração do avião
deveria ser feita só ao fim da disputa:
“Nos termos facultados pela legislação eleitoral, e considerando o
pressuposto óbvio de que seu uso teria continuidade até o final da
campanha, pretendia-se proceder à contabilização ao término da campanha
eleitoral, quando, conhecida a soma das horas voadas, seria emitido o
recibo eleitoral, total e final”, diz a nota assinada pelo presidente do
PSB, Roberto Amaral. Informações de O Globo.
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